sexta-feira, 19 de junho de 2015

Bebe tu mesmo os teus venenos

Havia um menino,
Pobre e coitado,
Sozinho na vida.
Ele caminhava por aí
Passos leves e simples,
Caminhando pelo seu destino
Andando pela rua.

Vivia de sonhos e delírios
Idéias novas e velhas
Pensadas e repensadas,
A imaginação era seu alimento.

Um dia,
Um velho encontrou,
Cego ele era – logo descobriu
Com pena ou compaixão, disse:
“Meu senhor, meu senhor,
Toma um pouco do meu alimento
Para que possa sonhar e ter
Um mundo melhor novamente”.

O velho, sem pensar
Ou provar, já ia dizendo:
“É mal o que tu me ofereces,
Bebe tu mesmo os teus venenos”.

“Pois bem, pois bem,
Fico de bom grado com o que é meu
Mesmo que ninguém mais queira”.
Dizia o menino, enquanto comia.

Ele, enquanto garoto, continuou,
Um pobre e coitado
Pelos olhos dos que
Não enxergam.
Mas um livre pássaro,
Para si mesmo.

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