A solidão me abraçou quando ninguém mais me quis.
Consolou-me na tristeza.
Ela me ensinou os segredos ocultos do silêncio.
Mostrou-me alegria nos singelos momentos.
Fiz dos seus braços meu colo.
Então a sociedade veio.
Esbanjadora, mergulhou-me em sua petulância.
Embriaguei-me nas suas diversões vazias.
Aprendi a ver a alegria apenas nos grandes momentos que não
vinham.
Fiz dos seus tentáculos minha moradia.
Porém ela se foi e fiquei só.
Só na solidão.
Mas esta era espinhosa agora.
Neguei sua amada presença, odiei-a.
Tinha, enfim, me tornado um escravo social.